O administrador hospitalar Luiz Otávio Barbosa Vianna e o médico Carlos Henrique Mori já estão atuando na Santa Casa de Araçatuba. As contratações integram a estruturação das diretrizes implantadas pela diretoria da instituição. Vianna assumiu a administração e Mori a Direção Técnica do hospital.
Enfermeiro por formação e especialista em gestão hospitalar, Luiz Otávio Barbosa Vianna tem em seu currículo atuação em hospitais filantrópicos de vários estados do país, “vivência que proporcionou a experiência necessária para administrarmos a Santa Casa de Araçatuba”.
A instituição tem em seu histórico um exemplo significativo proporcionado pela competência de Vianna. Em 2011, a Santa Casa de Araçatuba recebeu Certificação Ouro de Gestão de Assistência, Áreas de Apoio e Administrativa, no Programa de Revitalização dos Hospitais Filantrópicos promovido pela CPFL Energia dentre 70 hospitais de municípios de sua área de atuação. O objetivo do certame foi a melhoria da qualidade do atendimento e da organização interna.
Na época, contratado pelo CEALAG (Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão), Luiz Otávio Vianna foi o consultor da Santa Casa de Araçatuba e durante dois anos (2008/2010) prestou assessoria e ministrou treinamentos e tarefas às equipes internas do hospital.
“O hospital saiu de uma pontuação muito baixa e alcançou nível ouro com excelente pontuação. Infelizmente nesses mais de 10 anos, muitas coisas se perderam. Porém, a ideia é retomar todos os processos, inclusive os que permitem acompanhamento e monitoramento mais efetivo em relação aos resultados”, informa o administrador.
“A experiência do Luiz Otávio é fundamental às diretrizes implantadas e as metas que nossa diretoria quer atingir”, afirmou o provedor Petrônio Pereira Lima ao apresenta-lo a um grupo de colaboradores reunidos na sexta-feira em uma homenagem do hospital aos aniversariantes do mês.
Em sua primeira reunião com gestores das diferentes áreas do hospital, o administrador fez questão de registrar o modelo de gestão adotado por ele, que corresponde a uma gestão horizontal, compartilhada, ou seja, gestores e demais lideranças participam do processo decisório, opinam e sugerem melhorias, mas, também, assumem suas parcelas de responsabilidade pelos resultados alcançados.
Dentre as diretrizes implantadas pela nova diretoria que visam ajustar os pilares que sustentam a missão principal do hospital “que é cuidar dos pacientes com eficiência, humanização e transparência”, enfatiza o provedor, o administrador aponta como mais urgentes o setor de suprimentos, as finanças e a relação com os colaboradores.
Suprimentos
“A área de suprimentos consome muitos recursos. Em função das dificuldades financeiras, o hospital tem trabalhado com estoques muito baixos. Esse é um setor que temos como prioridade de gestão, afirma Vianna, ao explicar que o monitoramento de indicadores da área de suprimentos; o bom entrosamento da área com o setor financeiro e consumidores finais, “ são medidas essenciais que podem apontar gargalos e oportunidade de melhorias, aperfeiçoando a gestão de setor tão fundamental ao hospital”.
Na semana passada, o Governo do Estado anunciou a liberação de R$ 5 milhões para o hospital. Foi uma resposta ao plano de trabalho elaborado pela diretoria e aprovado pelo Departamento Regional de Saúde para o custeio de medicamentos e materiais para cirurgias. O recurso será repassado fundo a fundo ao município para ser liberado pela Prefeitura de Araçatuba, através da Secretaria Municipal de Saúde.
A diretoria comemorou a conquista, porém a meta é conseguir um fluxo de caixa de R$ 8,6 milhões para formar um estoque para dois meses de consumo. “Agora estamos fazendo gestões junto a deputados federais para conseguir o restante por meio de emendas parlamentares destinadas a custeio de Saúde”, informa Petrônio Lima.
Financeiro
O desempenho financeiro do hospital é listado pelo administrador dentre as prioridades de sua gestão. “Ajustes nos processos e condutas visando a redução de custos operacionais vão contribuir para aliviar o déficit financeiro que a instituição registra todos os meses”, explica Vianna. Para isso, de acordo com o administrador será necessária uma revisão nos processos internos para eliminar qualquer tipo de desperdício seja de material ou de mão-de-obra.
“ Na primeira reunião que tivemos com os gestores, pedimos que observem nos processos que eles gerenciam se existem tarefas que são realizadas sem finalidade específica ou ainda, se existem tarefas que são realizadas porque se tornaram um hábito. Precisamos eliminar o retrabalho que é um desperdício, pois utiliza uma mão de obra que poderia estar desempenhando outra tarefa, mas estava ocupada para refazer o que já havia sido feito”.
Colaboradores
Na sequência, afirma o administrador, “vamos verificar como está a relação com os colaboradores, o que é necessário melhorar, tendo sempre como objetivo o paciente. Qualquer coisa que se faça aqui é para garantir a melhor assistência aos pacientes que vêm buscar os serviços da Santa Casa de Araçatuba”.
Carlos Mori aponta perseverança e diálogo como ferramentas para consolidar metas da diretoria
Médico formado em 2009, com especialização em Urgência e Emergência e cursando Cuidados Paliativos, e professor da disciplina de Habilidades Médicas do curso de Medicina do UniSalesiano, Carlos Mori atua em Araçatuba desde 2015, exclusivamente para pacientes do SUS.
A exclusividade no atendimento a pacientes da rede pública, um dos itens do perfil do novo diretor técnico, encaixa-se à vocação de hospital publico da Santa Casa de Araçatuba. No ano passado, 91,15% dos 270.712 procedimentos médico-hospitalares realizados pela instituição foram prestados a pacientes do Sistema Único de Saúde.
“Nosso trabalho tem sido totalmente focado à busca de condições de saúde dignas não só para os moradores da cidade, mas toda a região, pois a população merece. Essa também é a diretriz da nova diretoria da Santa Casa. Estou honrado em participar da equipe que vai realizar essas metas”, define Mori.
O diretor explica que o corpo diretivo do hospital, formado pela diretoria, direção clinica e direção técnica, está empenhado m em consolidar “atendimento unificado, global, amplo e humanizado, visando sempre a qualidade, eficiência e resultados”. Para isso, de acordo com Mori, serão necessários “perseverança e ouvir as bases para ajustar os problemas que afetam as condições de trabalho”.
Adequar a oferta de materiais e insumos hospitalares às demandas diárias e promover o bom relacionamento com o Corpo Clinico, são algumas das questões que o diretor aponta como prioritárias.
“O dialogo é palavra chave do nosso trabalho e para as metas de curto prazo que precisamos atingir”, informa Mori ao responder sobre as ferramentas fundamentais para estruturação das soluções para essas prioridades.
Dentre as atribuições da Direção Clinica destacam-se também o relacionamento com o Corpo Clinico e a importância de conectá-lo à diretoria e áreas afins do hospital; zelar pelo cumprimento do código de ética e pelas condições de trabalho dos médicos; e garantir o abastecimento dos insumos no serviço hospitalar.