O provedor da Santa Casa de Araçatuba, Petrônio Pereira Lima e o conselheiro administrativo, Fábio Blaya foram recebidos no início da tarde ontem ( 8/2) em Brasília pelo vice-presidente da República Geraldo Alkmin.
A audiência aconteceu no Palácio do Planalto e foi agendada pelo assessor especial da Secretaria Estadual de Saúde e presidente da Fehosp Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo), Edson Rogatti, que também participou do encontro.
Dentre as demandas apresentadas no encontro, os dirigentes da Santa Casa de Araçatuba pediram apoio do vice-presidente para o processo de transformação da instituição à condição de Hospital de Ensino, cujo processo encontra-se parado há mais de dois anos no Ministério da Educação.
“ O vice-presidente pediu a localização (protocolo) do processo e fez o compromisso de verificar a situação e apoiar a certificação”, informou Petrônio Pereira Lima. Com o novo status, a tabela de procedimentos aos pacientes do SUS praticados no hospital terá acréscimo de 30%.
Além disso, o certificado ampliará as condições de ensino que são praticadas no hospital desde 2017 através de cursos de especialização de Residência Médica e Internato Médico, modalidade direcionada a acadêmicos de Medicina. As duas atividades mantém no hospital 54 médicos residentes e 100 acadêmicos de Medicina.
Cortes no teto MAC
A principal reivindicação apresentada a Geraldo Alckmin, pelos diretores do hospital foi uma intervenção urgente para reverter um corte nos pagamentos de procedimentos de Média e Alta Complexidades (MAC) prestados aos SUS, que ocorreu no apagar das luzes do governo anterior.
A alteração atingiu duramente o plano operativo, que até novembro do ano passado remunerava os hospitais por um valor teto para uma quantidade especifica de atendimentos contratados e também os extras prestados pelos hospitais.
No entanto, em dezembro, o SUS pagou somente o teto contratado. A mudança repentina tirou expressivo naco das receitas desses hospitais.
Na Santa Casa de Araçatuba, por exemplo, foram R$ 1,4 milhão a menos. O hospital que já vinha acumulando desde o início do ano passado, déficit mensal de aproximadamente R$ 2,5 milhões, vai enfrentar muitas dificuldades financeiras neste mês.
“ O vice-presidente Geraldo Alkmin imediatamente telefonou para o secretário de Saúde de São Paulo, dr. Eleuses e pediu para que fosse analisada possibilidade de reconsiderar o corte que é do governo anterior”, informou Petrônio Lima.
O provedor e o conselheiro da Santa Casa de Araçatuba esperam que a intervenção do vice-presidente da República possa reverter os cortes. Caso contrário, a exemplo do que ocorrerá em todo o país, haverá desassistência aos usuários do SUS, pois os hospitais terão de atender somente o volume de procedimentos contratados.
Os cortes também agravarão a situação financeira já caótica dos hospitais filantrópicos.
Acolhimento
Os diretores da Santa Casa de Araçatuba reportaram que o acolhimento que receberam do vice-presidente da República foi próprio do longo relacionamento que ele mantém com a Santa Casa de Araçatuba.
Na condição de governador do Estado de São Paulo por três mandatos, Alckmin direcionou investimentos para vários avanços no hospital. Construção do prédio para o CTO, revitalização do prédio e novo equipamento para a Central de Radioterapia, construção de torre com 116 leitos, construção do Hospital do Rim e criação de mais 10 leitos de neonatais, foram alguns dos investimentos.
Em mensagem em vídeo, gravada para registrar o encontro, o vice-presidente da República relembrou parte desse histórico de investimentos e disse que “ agora, no governo federal, vamos ajudar muito mais para zerar a fila de especialidades e exames, reduzir a fila por cirurgias e valorizar as santas casas que atendem o SUS”.
Alkmin também disse que recebia “com muita alegria o Petrônio, o Fábio e também o Rogatti e através deles dar um abraço neste time campeão da Santa Casa de Araçatuba, que atende o SUS, quem precisa, salva vidas, reduz os sofrimentos das pessoas através um corpo clinico, de enfermagem e administrativo de mais 1.700 colaboradores.