28/09/2015 - Mal de Alzheimer: médicos alertam para diagnóstico
A Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz) realizou em Brasília, no Parque da Cidade, uma campanha para tirar dúvidas sobre o mal de Alzheimer. A ação, que aconteceu no domingo (20), faz parte da programação do mês mundial de conscientização da doença e contou com a presença de médicos e outros profissionais de saúde.
Estima-se que, no Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas sofram do mal de Alzheimer, mas só a metade está diagnosticada. “Quanto mais cedo se diagnosticar, mais cedo se consegue tratar e mais cedo se posterga os problemas que a doença acarreta para as pessoas”, alerta o geriatra e diretor científico da Abraz-DF, Otávio Castello.
Segundo o especialista, a doença, que na maioria das vezes se manifesta a partir dos 60 anos, não tem cura conhecida. É progressiva e faz com que a pessoa perca gradualmente a memória, a capacidade de orientar-se no tempo e no espaço, além de trazer dificuldades de comunicação, raciocínio lógico e alterações comportamentais.
Segundo Castello, a baixa escolaridade e a falta de estimulação cognitiva na meia idade estão entre os fatores de risco para a doença. “Tudo o que faz bem para o coração, faz bem para o cérebro. Controlar pressão alta, diabetes, colesterol, não ter obesidade, praticar regularmente atividade física, ter alimentação balanceada e saudável podem ser fatores de proteção ou de risco, no caso de quem não faz nada disso”, observa o médico.
Sintomas da doença
Os especialistas recomendam prestar atenção aos sinais da doença. A pessoa com Alzheimer passa a ter comprometimento de atividades recentes. O paciente fica repetitivo, não sabe onde guardou objetos, esquece compromissos e atrapalha-se em trajetos que antes lhe eram familiares.
“Se comprometer a função cotidiana de uma pessoa que sempre foi organizada para pagar suas contas e, de repente, começa a se desorganizar frequentemente ou começa a esquecer compromissos, repete histórias como se não tivesse contado antes, isso merece atenção”, diz Otávio Castello.
“O mais importante é comparar o individuo com ele mesmo. Se isso for um padrão frequente, merece uma avaliação por um neurologista ou geriatra”, orienta.
Segundo o médico, de 1950 a 2050, o número de idosos na população vai quadruplicar. “Estatísticas claras dão conta que hoje a doença custa US$ 800 bilhões por ano em todo o mundo. Em 2018, o prejuízo passará de US$ 1 trilhão por ano. Se o Alzheimer fosse uma empresa, valeria mais que Google e Apple, atualmente as companhias mais valiosas do mundo”, compara o geriatra, ressaltando a importância do diagnóstico precoce.