Notícias


24/11/2011 - Na mídia: Pacientes aguardam por cirurgia bariátrica

Monique Bueno

Folha da Região

Atualmente, 280 obesos mórbidos de Araçatuba e região estão no aguardo de cirurgia bariátrica (redução de estômago), que é realizada pela Santa Casa de Araçatuba - hospital credenciado pelo Ministério da Saúde para este tipo de procedimento. O número é quase o dobro de 2010, quando 160 pessoas aguardavam pela cirurgia na fila de espera. Do total de pacientes, 200 pacientes são do sexo feminino, tendência verificada por pesquisa realizada pelo governo federal. No Brasil, 13,6% dos adultos obesos são mulheres, e 12,4% são do sexo masculino. Com estimativa da pesquisa brasileira, Araçatuba teria hoje mais de 25 mil pessoas obesas.

O gastroenterologista e médico cirurgião Walter Paschoal Pompílio, que junto com o profissional Celso Aparecido Gonçalves atua na equipe médica de cirurgia bariátrica da Santa Casa há aproximadamente dez anos, explica que a fila de espera é motivada pelo desinteresse de médicos especialistas em operar pelo preço SUS (Sistema Único de Saúde). Segundo ele, o governo paga por uma cirurgia de redução de estômago aproximadamente R$ 1,2 mil, que são divididos para o cirurgião (R$ 500), anestesista (R$ 300) e auxiliar (R$ 200). Já na rede particular, esse procedimento pode custar até R$ 15 mil, dependendo do hospital e da equipe responsável.

"Há dificuldade porque nem todo médico quer fazer cirurgia de obesidade, que é de alta complexidade", explica. "Por mês, operamos pelo SUS uma média de oito pacientes, dois por semana." Hoje, o último paciente da fila teria que esperar três anos para ter o estômago reduzido.

Pompílio explica que a cirurgia bariátrica é indicada para pacientes que tenham IMC (Índice de Massa Corpórea) em torno de 40 kg/m2 independente dele ter ou não complicações clínicas, como pressão alta ou diabetes. O IMC é calculado da seguinte forma: o peso dividido pela altura ao quadrado. "Quem tem índice de 35 a 40 kg/m2 pode fazer a cirurgia desde que tenha comorbidades, como a hipertensão arterial, diabetes ou doenças ósseas articulares que limitam as atividades do paciente", frisou. "Já o índice de massa baixa, de 30 a 35 kg/m2 ainda é discutível porque a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica ainda não está liberada para indicar essa cirurgia."

O gastroenterologista destaca que a cirurgia bariátrica é a última opção para o emagrecimento e que a grande maioria dos pacientes que recebe em seu consultório ou na Santa Casa já tentou emagrecer de outras maneiras, com orientação de endocrinologistas, e não conseguiu.

PLÁSTICA

Na Santa Casa, Pompílio afirma que a técnica mais usada de redução de estomâgo é a chamada gastroplastia redutora, ou seja, uma plástica no estômago. Neste caso, com o uso de um grampeador cirúrgico, o estômago é dividido em dois segmentos: uma porção menor que servirá de "novo estômago" e outra maior que será excluída da passagem dos alimentos. Além da criação deste novo e pequeno reservatório gástrico, é realizado um desvio da parte intestinal para que nem todo o alimento ingerido seja absorvido. "Esse processo é mais comum porque dá menos complicações metabólicas. O paciente fica com o estômago pequeno, come muito pouco e tem pouca absorção dos alimentos", explica.

Compartilhe: