Um grupo de 35 mulheres com idades entre 45 e 65 anos viveu um dia diferente nesta quarta-feira no Centro de Terapias Oncológicas da Santa Casa de Araçatuba (CTO). Além das consultas agendadas para hoje, elas passaram por sessões de maquiagem em uma das dependências do CTO.
O objetivo do evento promovido pela gestão do CTO com apoio da direção da Santa Casa foi oferecer uma motivação para melhor a autoestima das pacientes. “Queríamos vê-las de sentir seguras, mais felizes”, explicou a enfermeira Liliane Contardi, gestor do núcleo de atendimento a pacientes em tratamento de câncer.
Se depender da doméstica Maria Cristina da Silveira Reinoso, o objetivo foi atingido. Casada e mãe de três filhos ela disse que nunca havia se maquiado antes. “Sempre quis ser maquiada por uma boa profissional, mas nunca tive a oportunidade antes. Valeu a pena, gostei muito. Nem sei terei coragem de lavar meu rosto hoje”, afirma a paciente. Casada e mãe de três filhos, Maria Cristina descobriu há três anos, um tumor no intestino, diagnosticado posteriormente como câncer. Desde então ela realiza o tratamento na Santa Casa de Araçatuba.
O trabalho foi realizado voluntariamente pela maquiadora Mara Andréia Silva, que atua na área há 25 anos, em seu salão, o Mara Cabeleireira, localizado à Rua Amador Bueno 806. A profissional já realizou outras ações voluntárias, mas esta foi a primeira vez que maquiou mulheres com câncer. “Elas sentavam na cadeira de maquiagem um pouco inseguras, tímidas mesmo. Mas, depois iam relaxando aos poucos e quando viam o final do trabalho, ficavam felizes. Foi gratificante para mim".
A agente comunitária aposentada, Maria Neves, 65 anos foi uma das pacientes que hesitaram um pouco em aceitar a maquiagem. “Não estava muito afim. Mas gostei muito do carinho das meninas e do resultado da maquiagem”, afirmou a paciente. Para ela, este tipo de evento é um incentivo em meio aos sofrimentos próprios da doença e dos tratamentos.
A aposentada descobriu câncer em uma das mamas em 2013. Foi operada em agosto daquele ano e desde então passa por consultas e terapias regulares no CTO. Indagada sobre como lidou com o diagnóstico e os primeiros procedimentos, ela disse que “já havia enfrentado tantos sofrimentos antes, como a perda de um filho, por exemplo, que o diagnóstico da doença não a abalou tanto”, e que segue o tratamento esperançosa.