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24/05/2011 - Na midia:Interdição do HM dobra atendimentos na Santa Casa

Folha da Região  de Araçatuba
Monique Bueno
monique.bueno@folhadaregiao.com.br

O atendimento a gestantes na Santa Casa mais que dobrou depois que a unidade passou a realizar os partos normais e cesáreas das pacientes atendidas pelo HM (Hospital da Mulher). O centro cirúrgico do hospital, que registrou pelo menos dez mortes neste ano, foi interditado no dia 13 de maio para conclusão da reforma.

Os partos deverão voltar a ser feitos no HM na próxima sexta-feira, segundo informou o secretário de Negócios Jurídicos do município, Evandro da Silva, ao promotor da Infância e Juventude, Lindson Gimenes de Almeida, e ao defensor público Félix Roberto Damas Júnior. A data consta no TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado entre os órgãos envolvidos, na última quinta-feira.
Segundo a Santa Casa, era realizada uma média de três partos por dia no hospital. Com o atendimento às gestantes do município, o número de procedimentos aumentou para oito. Para que o serviço seja feito de qualidade, o TAC obrigou o município a fornecer um médico obstetra 24 horas na Santa Casa, além de duas auxiliares de enfermagem e uma enfermeira por período de trabalho - manhã, tarde, e noite.
"Depois de firmado o TAC tudo melhorou, já que três dias depois da interdição do centro cirúrgico do Hospital da Mulher, o município não havia encaminhado os médicos, conforme acordado", disse o diretor clínico da Santa Casa, Sérgio Smolentzov. Pelo acordo, a Santa Casa de Araçatuba disponibiliza às pacientes do HM toda estrutura para partos, internação, diagnóstico, berçários e UTI Neonatal.
A reportagem visitou ontem pela manhã o terceiro e quarto andar da Santa Casa, onde estão instalados os leitos, berçários; e as salas para partos, respectivamente. Entre 11h e 12h, havia oito leitos ocupados por mães que tiveram seus filhos por partos normais e cesáreas no fim de semana. Uma delas teve gêmeos. Já no quarto andar, uma gestante aguardava, dormindo, o procedimento cirúrgico.

QUEBRA
O acordo entre Ministério Público, Defensoria Pública, Secretaria Municipal de Saúde, Hospital da Mulher e Santa Casa, definiu que a porta de entrada para atendimento das gestantes continua sendo o HM, que dá o suporte ambulatorial e verifica a necessidade de encaminhar a paciente para realização do parto, na Santa Casa. No entanto, a trabalhadora rural Luciana Roberta de Souza, de 27 anos, quebrou a regra e acabou indo direto na Santa Casa para ter o quarto filho, uma menina chamada Luane.
Acompanhada por uma médica da UBS (Unidade Básica de Saúde) TV, Luciana começou a sentir contrações por volta das 5h do domingo. Às 9h, procurou o HM, onde foi atendida por uma obstetra. "Ela me examinou e disse que as contrações estavam longas. Pediu para eu ir embora, daí meu cunhado me trouxe para cá (Santa Casa). Me atenderam normal. A médica me examinou e disse que não estava dilatando. Ela perguntou se eu queria ficar internada ou ir para casa. Preferi ir para casa", contou Luciana.
Às 21h do mesmo dia, a gestante sentiu fortes dores e, em vez de ir para o HM, procurou direto a Santa Casa. "Um enfermeiro queria que eu fosse para o Hospital da Mulher retirar uma autorização, mas que quis ficar no hospital. A mesma médica que me atendeu na manhã, disse que eu já estava com três dedos e meio de dilatação, me deixou internada e fez o parto normal às 3h45 de (hoje) ontem", completou.
O diretor clínico da Santa Casa disse que houve e poderá ocorrer encaminhamentos direto para o hospital, mas "vamos relevar isso até a sexta-feira", quando vence o prazo para a Santa Casa atender as pacientes do município.


Pacientes elogiam atendimento de profissionais

Todas as seis mães entrevistadas pela Folha da Região, na manhã de ontem, elogiaram o atendimento e a atenção dada pelos profissionais na Santa Casa. A auxiliar administrativa Jaqueline Natália Ferreira Santos, 25 anos, veio de Sorocaba, onde mora, para ter o bebê em Araçatuba. "Trouxe meus exames e mostrei para a médica da UBS do Umuarama. Gostei muito do atendimento na UBS", disse ela, que sentiu contrações à 1h20 do domingo e teve sua primeira filha, Giovana, no final da noite do mesmo dia.
"Antes fui atendida no Hospital da Mulher e a médica me pediu para que eu fosse para a Santa Casa. O doutor que me atendeu disse que eu poderia ir almoçar e voltar depois. Foi o que aconteceu e tive parto normal, como planejei."
O parto normal também foi a opção escolhida pela dona de casa Ana Cláudia da Silva, 23. Ela fez o pré-natal na UBS do São José e no sábado começou as contrações. Ela foi para o HM, que a encaminhou para a Santa Casa. "Fui internada às 2h de domingo e doze horas depois tive meu filho Bryan. Fui muito bem atendida, graças a Deus", agradeceu.
Uma adolescente de 17 anos contou que teve que procurar o HM três vezes antes de ser encaminhada para a Santa Casa, para fazer a cesárea. "Fui ao hospital na sexta-feira, sábado e na madrugada do domingo, com contrações, mas falaram que não era a hora. Somente às 12h20 de domingo, o HM me encaminhou para a Santa Casa", disse. "Eu queria parto normal, mas minha pressão aumentou e teve que ser cesárea", explicou. A adolescente foi atendida na UBS do Morada dos Nobres.

REGIÃO
Na manhã de ontem, duas pacientes da região de Araçatuba, de Penápolis e Bilac, se recuperavam nos leitos do terceiro andar da Santa Casa. Por conta de ter engravidado de gêmeos e ter perdido líquido na gravidez, a riscadeira Kátia Silva Pedro, 27, de Penápolis, precisou ser encaminhada para o hospital de Araçatuba. "Um dos exames constou que eu estava com anemia e por isso fiz meus exames no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Araçatuba", disse. "Fui muito bem atendida e graças a Deus e aos médicos, meus filhos estão muito bem."
Já uma balconista de Bilac, de 17 anos, precisou ser atendida pela Santa Casa, que é referência para partos decorrentes de gravidez de alto risco. O pré-natal foi feito na cidade onde mora e os exames, no AME. "Durante a gravidez tive pressão alta e fazia três semanas que estava perdendo líquido. Me internaram na quinta e no domingo resolveram fazer a cesárea. Minha filha nasceu bem e eu também fui muito bem atendida", falou.


Monique Bueno
repórter
Jornal Folha da Região
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