A redução do tempo médio de permanência dos pacientes no Serviço de Urgência e Emergência foi apontada por um diagnóstico elaborado pela equipe do Hospital Sírio Libanês, como prioridade para que a Santa Casa de Araçatuba resolva a superlotação de sua unidade de pronto-socorro. O diagnóstico foi apresentado na quarta-feira (19/7) ao corpo diretivo, médicos e equipe técnica do hospital durante evento que oficializou a implantação da segunda etapa do Lean nas Emergências.
O Lean é um projeto do Ministério da Saúde desenvolvido por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi/SUS) e executado em parceria com hospitais privados de excelência, dentre os quais o Sírio-Libanês que está assessorando a Santa Casa de Araçatuba.
O hospital é uma das 39 instituições filantrópicas do país que estão participando do 8º ciclo do Lean nas Emergências. O projeto tem por objetivo destravar gargalos que emperram atendimentos, causam superlotação e prolongam mais do que o necessário a permanência de pacientes não graves nos prontos-socorros, fator que compromete leitos de pacientes graves que necessitam de atendimentos de urgência e emergência.
“A gente nota que o hospital ( a Santa Casa de Araçatuba) tem capacidade estrutural adequada, mas precisa melhorar a capacidade operacional, ou seja dos processos internos”, afirmou Gutemberg Lavoisier, médico do Sirio-Libanês e integrante da equipe que faz a gestão do Projeto Lean na Santa Casa de Araçatuba. O engenheiro Paulo César Miranda Molina, também participa desta segunda etapa.
O diagnóstico foi elaborado com base nas informações apuradas por técnicos do Sírio-Libânes que estiveram na Santa Casa no mês de maio para implantar o projeto e nas estatísticas fornecidas pela equipe técnica que a instituição constituiu para ser capacitada à implementação das estratégias que o Lean fornecerá, bem como acompanhar os ajustes de processos internos necessários à melhoria do giro de leitos do pronto-socorro.
As demandas de urgência e emergência representam aproximadamente 90% das internações de pacientes do SUS realizadas pelo hospital. No ano passado foram realizados 20.658 atendimentos. Com média mensal de 1,8 atendimentos, o Serviço de Urgência e Emergência registra superlotação diariamente.
O levantamento encontrou gargalos importantes, na demora de laudos e exames e no atendimento de especialidades que estão emperrando o fluxo dos atendimentos. “Temos alguns tempos operacionais altos que impactam todo o hospital e fazem com que o paciente fique esperando até por dias de forma desnecessária. Vamos trabalhar para reduzi-los”, afirmou Lavoisier.
O médico explicou que processos operacionais como os indicados pelo diagnóstico, estão aumentando o tempo do paciente na Urgência e Emergência. Precisamos dar alta para quem não precisa estar aqui, para conseguir dar acesso a quem precisa estar aqui”, exemplificou o médico consultor do Sirio-Libanês.
O administrador da Santa Casa de Araçatuba, Luiz Otávio Barbosa Vianna reconheceu a existência desses gargalos “ e vamos usar as técnicas do Lean para resolvê-los”. Vianna explicou que de maneira geral o projeto será excelente para o hospital. “Estamos com uma equipe engajada e isso já é um bom começo”, afirmou.
O provedor da instituição também está otimista em relação aos impactos positivos que o Lean proporcionará à assistência dos pacientes. “Nós acreditamos muito neste projeto. Temos de abraçar essa oportunidade , aproveitar ao máximo para que todos os profissionais possam fazer com que as necessidades dos pacientes sejam atendidas”.